O assassinato do imigrante congolês Moïse Kabagambe marcou o início de fevereiro com protestos e homenganes pelas principais capitais do país
O congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos, figurou nas manchetes do país devido à indignação popular nas redes sociais em relação ao silêncio da grande imprensa e dos órgãos públicos à morte do imigrante.
Assassinado violentamente após requisitar um salário devido pelo dono do quiosque Tropicália, onde era um dos funcionários, Moïse viu sua vida ser ceifada com a agressão da qual o congolês e a sua família fugiram quando foi estabelecida conflito de facções étnicas, em Ituri, na República Democrática do Congo.
O Brasil se tornou refúgio em 2011 para o grupo, mas esses novos habitantes encontraram aqui a submissão imigrante à ausência de direitos trabalhistas, ao preconceito e a dominação de milícias em comunidades cariocas.
A morte, causada por traumatismo do tórax, após ter sido sucessivamente espancado pelo grupo que estava no quiosque no momento em que Moïse requisitou seus direitos, repercutiu e gerou atos pelo Brasil. No dia 5 de fevereiro, a Avenida Paulista, em São Paulo, recebeu a comunidade de imigrantes africanos, junto aos grupos que formam os movimentos sociais e partidos políticos na capital.
A mobilização foi acompanhada pela presença da polícia civil e militar, sendo esta última responsável por fazer a revista das bolsas e mochilas dos transeuntes que passaram pelas catracas das estações da linha Verde do metrô paulistano.
Entre os gritos de protesto, ouviu-se choro e frases como “Eu quero justiça” e “Parem de nos matar!”. Somaram-se ao coro, os cantos que, de fato, são pela sobrevivência e valorização da cultura imigrante no Brasil, com a apresentação de canções e ritos que remontam a memória não só a memória de Moïse, como de vários(as) compatriotas que lutam para minimamente ter direitos em uma cidade cravada pela opressão às diferenças étnicas, sociais e de gênero.
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O fio_ continua